terça-feira, abril 01, 2008

Sobre o último comentário

Estou aqui, numa dessas lan houses, saído da leitura do último comentário. Responder ao que foi exposto, nesse exato instante, pode representar um risco, uma vez que a carga passional pode se acentuar demais nas palavras. No entanto, pouco me importam os riscos, afinal de contas, a minha arrogância (adorei, porque nunca me chamaram de arrogante, já me xingaram de filha da puta até, mas arrogante, nunca... achei bastante solene e formal) não deve permitir a mim um recuo sequer. Não sei dar respostas precisas sobre o que Sérgio vai parecer a cada leitor. Nem tampouco tenho em mim tal curiosidade, nao sofro de egocentrismo a ponto de querer canalizar todas as impressões de cada um dos leitores. Considero legítimo dizer que o personagem é assim ou assado, ou cozido, sei lá. A antítese bobo alegre é intrigante, já que desse estado de espírito (vamos combinar) todos nós fazemos uso numa ou noutra ocasião. Sérgio não perdeu disciplina alguma, ninguém pode se dar a esse duxo, meus caros e inocentes leitores, até mesmo a indisciplina é uma maneira de estar disciplinado. Não há mais espaços, no mundo de hoje, para romantismos, aquele que elege o outro um vagabundo, o faz do alto de sua hipocrisia, porque no seu íntimo, quando recosta a cabeça sobre o travesseiro, ele sabe lá no seu íntimo que nada, ou muito pouco, para ser menos radical, o diferencia do mesmo vagabundo que qualificou. Quanto a escrever mal ou bem, eu prefiro ficar no intermédio, não sou um bom ou um mal escritor, aliás, nem sou escritor, sou penas um cara que escreve (e assina embaixo). Não quero que pensem de mim que sou um bom escritor, essa glória estúpida não me diz nada. Há quem diga que Paulo Coelho e os tratados sociológicos de FHC são ótimos, mas eu prefio Kundera, Pessoa, Dostoievski (será que Raskolnikov era também um vagabundo?), tem quem prefira ciência política, ou a pesquisa da célula tronco, eu, Rubem Fonseca, Caio, Fante e por aí vai. Eu já me libertei da minha própria escravidão, já cortei de vez o cordão umbilical, mas mesmo assim continuo preso, não tenho problema em aceitar isso, talvez eu seja mesmo um péssimo escritor, como quer o crítico anônimo, talvez me aconteça de ser iluminado pela sagrada inspiração, talvez me coloquem em livros, jornais e revistas e tudo que eu disser será usado depois contra mim no tribunal, de tudo que foi dito, só posso aceitar quando dizem que me contradigo, que ora digo uma coisa ora digo outra coisa, nisso tenho de concordar, porque o homem, metonimicamente falando, é a expressão máxima da contradição e que contamina tudo que lhe diz respeito, inclusive os seus textos (faço-me claro?). Além disso, me felicita comunicar que achar mais um sérgio foi realmente um ganho inesperado, já posso até imaginar, o capítulo que sérgio não vai dormir, vai, às três da manhã, sob a máscara do anônimo, tentar aterrorizar, em vão, a vida de um jovem que apenas deseja dividir com os outros a sua ficção...
até breve

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