quarta-feira, novembro 02, 2005

Montes

são tantos sonhos
tantos agentes
tantos atores
quantas forem as dores

são tantas entrelinhas
tantos entrelaces
tantas saídas
quantos forem os caminhos

são tantas marcas
tantas farsas
tantas farpas
quantas forem lembradas

são tantas pessoas
tantas personas
tão impessoais

são tantos desvios
são tantos deslizes
são tantos
somos dois
contra outros tantos
contra nossos tantos
tantos quanto forem

Um comentário:

Anônimo disse...

grande fábio!

saiba que é uma honra estar fazendo aquela zona literária com você lá na ffp, sem sermos utópicos ou idealistas estamos conseguindo injetar um pouco de sangue poético naquelas veias tão vazias e murchas.

abraços amigo!

e esse poema é uma bela construção que se des-constrói a cada linha, um belo trabalho de pensar-poético que tu fazes muito bem.

uma das coisas que curto em seus poemas é essa síntese entre idéia e sentimenta que se mesclam e intercalam de forma clara, direta e poética, numa espécie de círculo que vai se fechando e abrindo ao mesmo tempo, ad infinitum poesia pensante.