domingo, março 08, 2009

Anagramático

Faz frio nessa época estival
como intervalo de televisão
fundir-se é a ordem do dia
nas coisas e as coisas em si
assim tudo tende a se perder
eu, tu, nós e eles mesmos
então quem sabe

Aí um egocêntrico
mas na órbita de tudo
eis o dilema a ser
finda a esperança
aqui só carnes e sonhos
de carne

Nele tem sempre um corpo
de mulher
que ela que nada
é ele
que ainda não sabe
e quando for
já vai tarde

Subir? para onde?
se não há degraus no mundo
só a vontade
e o desejo só
ranger de dentes esmaltados
rubor de lábios
que hora essa

Soa como se houvesse
aquela vida enorme
beijá-la sofregamente
sabor de lágrima
abrir os olhos e ver
melhor
não ver

E se entre cantos
esquinas de memórias
vãos de piso e suas pegadas
e se lá desse fosso
emergisse o botão
prever a rosa rubra
bruta rosa
casa ou fonte?

Não ainda
nem sombra nem vida
é fome que consome
conforme não come
algo de assimétrico ao longo
e anterior
clave urdia um nome

(2009)

4 comentários:

Giselle Veiga disse...

"fundir-se é a ordem do dia
nas coisas e as coisas em si
assim tudo tende a se perder"

gostei...
=)

Giselle Veiga disse...

"E se entre cantos
esquinas de memórias
vãos de piso e suas pegadas
e se lá desse fosso
emergisse o botão
prever a rosa rubra
bruta rosa
casa ou fonte?"

bom, rapaz!

Anônimo disse...

Muito bom!Escrita gostosa de se ler. Queria ler mais!

Abraços, Roberta

Anônimo disse...

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Thanks in advance and good luck! :)