quarta-feira, maio 17, 2006

Relato de um novo amor

Escritora Inglesa
vou com ela Rumo ao Farol
não é uma merda não
a solidão é um exercício
já vi gente demais na vida
além do mais...

Quando se diz que palavras representam a realidade
quer dizer que elas não o são
mas uma aparência
não uma essência
a palavra pode criar um mundo que não existe
e fazer dele real
subverter o que há

Quando te vi, caminhando, leve sobre os dedos,
um anjo desses que vendem em camelôs
disse:
“Deixa, Fábio, ela ser menina”
eu te vendo passar, agitada, alegre
é bonito ficar te olhando

Muita vontade de olhar para ti
teu rosto ainda é uma incógnita
só vejo de longe
e na estaticidade e marasmo das fotos

Pode ser que a gente nem sinta atração um pelo outro
pode ser que o cheiro não agrade
pode ser que tudo dê errado

Mas no fundo no fundo, independente da ruína de qualquer castelo...
quero viver isso!
ou melhor, estou vivendo!
e não há o menor sinal do sopro
e nenhuma nuvem se encaminha com a gota torrente

Eu fico te olhando
nas poucas vezes que te vejo
com precisão
e vou fazendo um desenho do teu rosto
com o meu olhar
que vai mandando para memória
seu retrato
de frente
de lado
do meu lado
sem forma
e nunca fica do jeito que é
sempre há uma mudança
quando consulto
o álbum da minha lembrança
mas você está sempre lá
isso é engraçado
porque faz bem recordar
você que é linda!

Passei em frente a tua casa ontem à noite
quase joguei uma pedra na vidraça
mas temi errar o quarto
então passei
nem quebrei
nem chamei
só pensei
e foi bom
isso só pode ser amor!

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