quarta-feira, junho 07, 2006
Poema sem sentido
Nessas horas
eu sempre me lembro
da moça toda vestida de branco
que vinha pra cima de mim
dizendo
calma meu amor
é igual a picadinha de mosquito
e pronto
a vacina já estava aplicada
e eu já mostrava meu sorriso
desfalcado
provando
que já esqueci
pra sempre
você
e na próxima vez
vou ficar sentado
esperando a vontade frívola passar
sem precisar
expor de novo
meu lindo bum-bun-zinho
que já não agüenta mais
tanta marca de pé
até porque é melhor
ficar
permanecer
no texto esse
sentimento tão perigoso
amor
que chamamos
e um dia
a moça de branco
vai voltar e dizer
abre a boquinha ou o cu
e vai empurrar
como fizeram com lauro
uma gosma nojenta
e já vou saber
que o fim chegou
e assim serei
pra sempre
um final
no meio
de tantos inícios
e outros finais
sem finalidade alguma
certo de que nada
de fato
aconteceu
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Um comentário:
aí, lendo seus textos (e os meus também...) muitas vezes percebo que o exercício da escrita, além de extremamente prazeroso, eleva a cada dia o nível das produções.
fica claro ao ler cada novo poema ou capítulo do romance seu que a escrita se constitui enquanto um caminho, esse, por sua vez, é longo, mas está se mostrando cada vez mais bem delineado.
enfim, tu tá escrevendo bem pra caralho!
inté!
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