Os homens e seus carros
e seus rastros
e seus mastros
tombados, quebrados
Os homens e seus instantes
e seus semblantes
tão replicantes
Estanques, distantes
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Os homens e suas bebidas
E suas feridas
Pessoas perdidas
Moribundos, sem vida
Os homens e seus carnavais
E seus arraiais
Cegos demais
Ninguém é capaz
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Os homens e suas medidas
Atitudes fingidas
Vontades iludidas
Escolhas ruídas
Os homens e suas carícias
Tão caras delícias
Cheias de malícias
Razões fictícias
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Os homens e o seu dinheiro
Seu bote ligeiro
Nenhum companheiro
Sozinho, solteiro
Os homens e seus amores
Campo vasto de flores
Que se desmancha em dores
Emoções tão incolores
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Os homens e suas picuinhas
Feito galos em rinhas
Por alegações tão mesquinhas
Tão inhas
Os homens e seus destinos
Seus olhos de meninos
Desejos pequeninos
Assim tão libertinos
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Os homens e suas crenças
Tão pouco intensas
Só mais pretensas
De ofensas, sentenças
Os homens e suas críticas
Opiniões fatídicas
Os homens e seus negócios
E seus imbróglios
Os homens e seus bens
De que são reféns
Que merda os homens
Que homens tão homens
Os homens e seus sonhos
Estranhos
Em rebanho
Um homem assim tão manco
Assim tão bambo
Segue o balanço
E pega no tranco
Ou deixa o motor morrer de pranto
4 comentários:
da porra, hne!
bem crítico e inteligente, numa estrutura maneira, com rimas e ritmo, muito bom!
Professor, belo site e bela poesia, adorei... eh por uma coisa dessas q tenhu orgulho d ser sua aluna...
passei só pra lhe parabenizar por mais uma obra-prima...
bjs
vc é realmente um poeta e sua poesia é lida e agressiva como larvas de um vulcão
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